A viagem de carro das alterações climáticas: revelamos como poderão ser os destinos turísticos mais populares do mundo em 2050

A capital das Filipinas, Manila, é outro destino popular para os viajantes que fazem uma viagem de carro. Rodeada por muitas estradas, a cidade é uma paragem comum durante as viagens de carro. Manila é conhecida pela sua vida noturna agitada, arquitetura deslumbrante e abundância cultural – incluindo muitos museus, teatros e muito mais.

No entanto, a subida do nível do mar representa uma grave ameaça para esta "Pérola do Oriente", prevendo-se que a cidade fique abaixo do nível do mar em 2050. Este é, naturalmente, um duro golpe para os turistas que procuram experimentar tudo o que esta bela cidade tem para oferecer – embora os mais afetados sejam os 1,8 milhões de pessoas¹ que vivem em Manila.

Uma das estradas mais populares da cidade é a estrada Metro Manila, que passa por Intramuros – uma área que alberga marcos e santuários da era espanhola, do tempo em que Manila fazia parte do império espanhol. Infelizmente, tal como a maior parte da cidade, prevê-se que esta estrada fique totalmente submersa até 2050.

A bela ilha paradisíaca de Okinawa, no sul do Japão, é um destino turístico popular para quem visita o país. Com praias de areia branca e águas cristalinas, a ilha contrasta com os destinos de férias ultra-modernos do continente, como Tóquio.

A ilha é acessível aos condutores através da famosa estrada Kaichu - uma longa ponte rodoviária que liga o continente à ilha de Okinawa, proporcionando uma vista de 360° sobre o mar das Filipinas.

Infelizmente, devido à sua localização e ao seu estatuto de pequena ilha, a ilha de Okinawa corre um risco muito elevado de ficar submersa devido à subida do nível do mar até 2050. Situada no chamado "beco dos tufões", a ilha é regularmente atingida por fortes tempestades – algo que se espera que piore bastante num futuro próximo.

De acordo com Cuenca, prevê-se que o nível do mar no Japão suba até 1 metro até ao final do século² – o que significa que todos os locais perto do oceano estão em risco. Uma vez que a ilha de Okinawa é relativamente pequena e está rodeada de água, isto significa que é provável que a ilha sofra um aumento da erosão costeira e das inundações.

A cidade indiana de Calcutá é outro destino turístico popular, onde se encontra a pitoresca Ponte Howrah, que liga Calcutá à cidade vizinha de Howrah. Antiga capital da Índia sob o domínio colonial, Calcutá é agora famosa pela sua arquitetura imperial - incluindo o grandioso Victoria Memorial. Ligada por uma série de grandes estradas, Calcutá é uma paragem popular numa viagem de carro.

Infelizmente, Cuenca adverte que – devido à sua posição ribeirinha e costeira, é provável que Calcutá fique praticamente submersa até 2050. A subida do nível do mar em consequência do degelo das calotas polares já está a ter um impacto significativo na cidade, com inundações anuais frequentes que causam danos à região³.

A Austrália, como um todo, é o lar de algumas fantásticas estradas, com muitos locais muito distantes uns dos outros – tornando-a o lugar perfeito para uma viagem de carro.

Queensland, em particular, é o lar do Daintree National Park - uma das florestas tropicais com maior biodiversidade do mundo. Tendo uma localização tão fantástica mesmo à porta, com uma estrada sinuosa a passar mesmo no meio, não é de admirar que muitos turistas se desloquem a Queensland para uma viagem de carro todos os anos.

Infelizmente, o aumento das temperaturas levou a um aumento do número de incêndios florestais registados na Austrália nos últimos anos. De acordo com Cuenca, os incêndios florestais – causados pelas altas temperaturas e pela seca – deverão agravar-se muito até 2050, prevendo-se que grande parte do Parque Nacional Daintree fique gravemente danificada.

Cuenca compara a potencial destruição futura de Daintree aos recentes incêndios florestais que dizimaram as florestas em torno do incêndio de Gospers Mountain em Nova Gales do Sul, Austrália.

Para além da ameaça dos incêndios florestais, a urbanização representa uma ameaça significativa para as florestas tropicais de Daintree, com uma parte do parque já a ser convertida em habitações.

O belo estado insular do Havai, nos Estados Unidos, é o lar de praias idílicas, perfeitas para a prática de surf, juntamente com vistas emocionantes de vulcões ativos e colinas verdejantes. O Havai, enquanto ilha, é um destino popular para viagens de carro devido às suas estradas costeiras sinuosas e paisagens cénicas, embora os turistas não possam conduzir até à ilha a partir de qualquer outro local.

No entanto, devido à sua localização e aos numerosos vulcões, prevê-se que o Havai venha a registar um aumento do número de catástrofes naturais até 2050. As alterações climáticas provocam fenómenos meteorológicos extremos, como a seca e o aumento da precipitação⁴, prevê-se que muitas das estradas costeiras em redor do Havai se desmoronem no oceano. Prevê-se também que os deslizamentos de terras se tornem mais comuns.

Embora o Havai não seja alheio a algumas erupções vulcânicas dramáticas, Cuenca prevê que, até 2050, a atividade vulcânica na ilha aumente – com o aumento das erupções de fluxos de lava e dos terramotos que causam danos significativos no pavimento das estradas.

O estado da Califórnia, nos Estados Unidos, é um destino extremamente popular para os viajantes numa viagem de carro, devido a ter muitas estradas famosas que são perfeitas para uma viagem relaxante ou emocionante. As rotas mais populares incluem a Pacific Highway, que oferece vistas deslumbrantes à medida que se passa ao longo da costa numa estrada suavemente sinuosa. Enquanto isso, os vastos desertos da Califórnia oferecem cidades cheias de curiosidades e oportunidades turísticas.

Conhecido como o lugar mais quente do mundo, o Vale da Morte, na Califórnia, não é estranho ao calor. A região registou a temperatura mais quente medida de forma fiável na história da Terra durante dois anos consecutivos em 2020 e 2021, atingindo uns impressionantes 130° Fahrenheit (54,4°C) em julho de 2021⁶. No entanto, de acordo com Cuenca, este fenómeno poderá aumentar exponencialmente até 2050 - conduzindo a ondas de calor extremas que causam secas em massa e incêndios florestais.

Este calor intenso pode provocar o degelo das estradas, tornando as deslocações muito menos confortáveis nesta zona. Os incêndios florestais frequentes poderão dificultar a visibilidade, devido ao aumento dos níveis de fumo e cinzas no ar.

Além disso, o aumento do nível do mar poderá tornar as rotas costeiras cada vez mais perigosas para os condutores, com a ameaça de inundações a tornar-se mais provável.

Um dos destinos de viagem mais emblemáticos de toda a Europa, o Passo Stelvio, está localizado entre o Tirol do Sul e Bormio, em Itália. Esta série de estradas sinuosas e gradualmente inclinadas permite aos turistas viajar de carro através dos Alpes Ortler - uma pitoresca cadeia de montanhas que oferece vistas fantásticas aos viajantes.

Infelizmente, devido à estrutura das estradas e à sua localização ao longo de uma encosta montanhosa, o Passo Stelvio corre um risco significativo de sofrer danos graves devido às alterações climáticas até 2050.

Cuenca prevê que as estradas que compõem o Passo Stelvio possam vir a sofrer deslizamentos de terras provocados por chuvas excessivas, bem como um aumento dos sismos, o que provocará fissuras extremas na estrada e, eventualmente, o desmoronamento das margens das estradas.

Outro destino turístico muito popular entre os condutores é Londres. A capital inglesa oferece vistas modernas da cidade, com muitas atrações turísticas, museus, galerias e muito mais para os viajantes desfrutarem. A cidade pode ser propensa a tráfego excessivo durante certas horas do dia, mas isso não afasta os turistas que planeiam uma visita.

No entanto, até ao ano 2050, esta bela cidade poderá ter um aspeto muito diferente - de acordo com a especialista ambiental Marish Cuenca. Devido à subida do nível do mar, prevê-se que a maioria das docas de Londres e os subúrbios perto do rio Tamisa fiquem submersos em 2050.

Isto terá um impacto significativo em algumas das mais importantes atrações turísticas, incluindo o London Eye, as Casas do Parlamento e a London Bridge.

Infelizmente, é inegável que o sector das viagens esteja a contribuir significativamente para as alterações climáticas. No entanto, estão a ser dados passos positivos em todo o mundo – com muitas companhias aéreas a mudar para modelos de aviões mais eficientes em termos de combustível, que produzem menos emissões de carbono. Do mesmo modo, muitos fornecedores de cruzeiros mudaram para navios mais amigos do ambiente, que produzem menos emissões de carbono e poluição dos oceanos.

Embora estas medidas sejam indubitavelmente importantes, há várias coisas que os viajantes individuais podem fazer para viajar de forma mais sustentável quando fazem uma viagem de carro. Os automóveis contribuem substancialmente para as emissões de CO2, mas existem alguns segredos para viajar de uma forma mais ecológica:

Não exagere no tamanho do veículo

Uma das melhores formas de manter a sua pegada de carbono baixa quando viaja de carro é utilizar um veículo de tamanho adequado. Embora possa existir a tentação de escolher um veículo maior, especialmente durante uma viagem de carro, estes veículos têm normalmente uma maior emissão de carbono. Por isso, se puder escolher, deve optar por um carro que tenha o tamanho certo para o número de viajantes que o utilizam.

Conduza devagar

Quanto mais o motor de um carro tiver de trabalhar, mais emissões de carbono irá libertar. Uma boa forma de manter a sua pegada de carbono mais baixa durante uma viagem de carro é conduzir mais devagar, a uma velocidade máxima de 100 km/h. Isto ajuda a exercer menos pressão sobre o motor do carro, o que, por sua vez, reduz a quantidade de emissões de carbono que o carro produz.

Fique atento à pressão dos pneus

À semelhança do último ponto, uma pressão baixa nos pneus colocará mais pressão no motor, uma vez que o carro parecerá mais pesado e menos aerodinâmico. Ao controlar a pressão dos pneus e garantir que não fica demasiado baixa, pode ajudar a manter o seu veículo a funcionar de forma mais eficiente - reduzindo as emissões de carbono.

Embora possa ser preocupante pensar nos danos que as alterações climáticas podem causar a destinos turísticos populares, é importante lembrar que não é demasiado tarde para desfazer alguns dos danos que já foram causados.

Se estivermos mais atentos aos nossos hábitos de condução quando viajamos, podemos todos ajudar a reduzir o impacto do aquecimento global e, esperamos, evitar que estas alterações de grande escala ocorram. Uma viagem de carro é uma excelente forma de ver o mundo e desfrutar realmente de tudo o que um local tem para oferecer, mas devemos sempre tentar conduzir de uma forma ponderada que reduza a nossa pegada de carbono.

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Falámos com a especialista ambiental Marish Cuenca sobre a forma como 10 destinos populares poderão mudar em África, na Ásia, na Oceânia, na América do Norte, na América do Sul e na Europa até 2050, em resultado das alterações climáticas.

Marish Cuenca é uma especialista em ambiente e analista de sustentabilidade com vários anos de experiência.

As credenciais de Cuenca incluem:

• Presidente da Associação de Docentes (2021-2022) Samuel Christian College
  
• Presidente, Conselho de Estudantes do CSCSGS (2020-2022) Universidade De La Salle Dasmariñas
  
• Presidente do Conselho do Programa de Ciências Ambientais e Ciências Físicas do CSCSGS (2020-2022) Universidade De La Salle Dasmariñas
  
• Membro, PHILARM, PAPSI, FORESPI, NRCP Prémio Virtus et Excellencia-Gawad Agham 2022
  

A nova função de IA do Photoshop foi utilizada para criar imagens que mostram como poderão ser os locais em 2050.